Eu gosto de comprar. Não sou daquelas consumistas enlouquecidas que estouram limites de crédito e devem para Deus e todo mundo; muito pelo contrário, só gasto o que o posso. Mas quando posso, gosto de gastar.
Para vir estudar inglês na Califórnia investi muito. Meu dinheiro todo, na verdade. E ainda vendi quase tudo o que tinha no Brasil, já que saí da casa onde morava em SP, e também precisava juntar o máximo que eu pudesse para converter em verdinhas. Vendi móveis, roupas, bolsas, sapatos - tudo o que foi possível. O que não foi, eu doei.
Viajei pensando que ao chegar nos EUA substituiria tudo, já que tudo é mais barato. Realmente muita coisa é, sem os impostos para atravessar a fronteira - aqui, os impostos são cobrados no caixa, na hora em que você vai pagar por qualquer coisa, portanto, você nunca paga exatamente o valor que está na etiqueta: sempre aumenta um pouquinho. Mas mesmo assim, em algumas coisas, a diferença é absurda.
Voltando às minhas finanças, se eu ganhasse proporcionalmente em dólar o salário que eu ganhava no Brasil, estaria bem. Mas, vindo para estudar, dividindo as despesas da casa e ainda com planos de viajar para alguns lugares fora da Califórnia, com uma quantia fixa, sem ganhar novas notinhas todo mês, a coisa fica feia.
Quer dizer, fica feia pra mim, que fico angustiada com o preço de maquiagens, eletrônicos, roupas, bolsas - de grandes marcas e de lojinhas bacanas perdidas por aí - principalmente em San Francisco. E nem cheguei ainda em NY. Provavelmente algumas das minhas tão sonhadas muambas ficarão para outro momento.
Na verdade, eu preciso de uma vez por todas internalizar a arte do desapego, em relação a tudo. É isso. Desapego. Meu novo mantra. Pelo menos até passar pela porta de uma Macy's.
Hoje o post fútil tem trilha sonora:
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