segunda-feira, abril 9

Um pouco de fantasia, por favor



Meninas gostavam das princesas, dos vestidos, sapatinhos, capas vermelhas, príncipes encantados e do "felizes para sempre" - apesar do estrago que isso, posteriormente, pode ter causado em muitas quando o assunto é relacionamento amoroso. Já os meninos - imagino eu apesar de não ter tido irmãos ou primos muito próximos para acompanhar de perto a recepção por parte do sexo oposto das histórias infantis - gostavam das descrições de lutas, espadas, duelos, fugas à cavalo e aventuras. 

Fato é que todo mundo cresce e, mais do que nunca, o entretenimento adolescente/adulto - e não, não me refiro aos pornôs - investe em histórias fantásticas para atrair um público que, cada vez mais, demonstra interesse e fidelidade pelo formato de seriados na TV. Algo diferente dos milhares que estreiam em todas as temporadas sobre médicos, advogados e investigadores. 

No dia 02/04 aconteceu a pré-estreia brasileira do piloto da primeira temporada de Once Upon a Time (que seria o clássico "Era uma vez" em tradução livre). A partir do dia 12 ela será exibida na Sony todas as quintas-feiras, às 21h. A novidade aqui é que não se trata de vampiros, lobisomens, feiticeiros e criaturas fantásticas de qualquer natureza (como em Buffy, Charmed, Supernatural, True Blood, Vampire Diaries, Teen Wolf, Secret Circle etc). 


Dessa vez o foco é completamente voltado para os clássicos infantis de que todo mundo já ouviu falar. Antes de Once Upon a Time surgiu Grimm, que mistura esses contos com... investigação policial. Não consegui assistir a mais do que dois episódios. Achei chato. Achei os personagens principais sem carisma. Achei a trama pouco atraente. Não gostei.

Mas voltando ao que interessa, recomendo uma olhada com carinho em Once upon a time. Não se deixe desanimar pelos efeitos e chroma key sofriveis dos primeiros episódios. Tente abstrair e ficar atento ao que é interessante do roteiro: através de um feitiço, a Rainha Má condena todos os personagens da "terra da fantasia" a uma vida ordinária no "mundo real", em uma pequena cidade interiorana dos Estados Unidos chamada de Storybroke. Mas ninguém se lembra da sua outra vida. Ninguém lembra de muitos detalhes do passado. Ninguém pode deixar a cidade. Ninguém sequer lembra como chegou ali. E, claro, também existe uma trama central que envolve a tal Rainha Má (e prefeita da cidade) e parentes próximos da Branca de Neve, uma cética e outro sonhador. 

A cada episódio conhecemos histórias da outra história, ou melhor, do universo paralelo de um habitante da cidade. Com alguns, por semelhanças físicas ou por objetos e trejeitos, é bem fácil identificar qual o seu papel ali. Mas o mais legal é conseguir perceber, através de detalhes, que personagem clássico é aquele. É bacana ver o trabalho que cada um teria se caísse de pára-quedas no nosso mundo. São histórias legais que, à principio parecem bobas mas, em alguns episódios, cortam o coração. Afinal, não são apenas os mutantes ou justiceiros mascarados que vivem atormentados.

Nenhum comentário: