Na noite de ontem, pela primeira vez desde que voltei dos Estados Unidos, abri as duas malas que trouxe de lá. E senti que minha energia foi completamente sugada. Foram quase 7 meses de coisas amontoadas e, juntas, pesando 32 kg em seus lugares determinados para a viagem, a mudança.
Tive que bagunçar tudo, tirar tudo de sua suposta harmonia compactada e inundar minha cabeça de lembranças. Em alguns momentos até senti o cheiro da casa e das ruas de Davis.
Mas além do saudosismo fui invadida por uma tristeza em forma de desespero. Pela quantidade de coisas que pulavam das malas sem o seu devido lugar de estar. Ganhei gavetas e espaços dos queridos que me hospedam mas enlouqueci só com o pensar de como será quando eu precisar sair, talvez para minha futura casa, talvez para outra casa de amigos, para desarrumar, arrumar, encaixotar, desencaixotar e começar toda a bagunça de novo, até não sei quando.
Porque, no fim das contas, tudo tem a ver com a instabilidade e consequentemente a insegurança que isso me traz.
Dormi. Acordei. Organizei tudo. E dessa vez sem peso, sem angústia. Apenas arrumei, feliz de ter gavetas e espaços na casa e nas malas que, daqui a um tempo, estarão cheias para serem levadas a outro lugar novo.
E deixando o pessimismo de lado, existe sim algo de excitante e animador pelo que de novo está por vir, pelas milhões de possibilidades e por tudo o que posso fazer da minha vida.
É Paloma, continue repetindo isso para si várias e várias vezes ao dia. E aproveitando o bom de estar na Augusta.
2 comentários:
E o que é a vida senão um arrumar e desarrumar de gavetas, Papá?
E é esse medo... desespero... que nos movimenta e nos obriga a mudar... e não só de lugar...
:)
Passei por algo parecido quando vim aqui pra Brasília. Minha mãe está vendendo nosso apartamento, então tive que separar as coisas que eu queria ou não. Foi bem complicado.
Beijos e boa sorte por aí.
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